segunda-feira, 4 de abril de 2005

Contadores de estórias

Se há coisas que eu gosto é de um bom contador de estórias. Contadores esses que pegam na ponta de uma meada e parece que nunca mais tem fim.
Entre ficção e realidade, o humor simples e o humor negro é vê-los a contar o seu rol de charadas.
Claro está que tem que haver lubrificante, que é como quem diz: Comes e bebes, muitos bebes !
- Ainda há pouco o Afonso da Mercês esteve a dar uma mija durante uma hora !
- Ó pá, essa não ! ...
- Estou-te a falar sério !!
- Uma hora ??!!
- Pois é ! O gajo tinha estado com o pessoal a beber, lá na adega do Russo, durante umas duas horas. Tu sabes que o Verde dá para regar... Segundo me contaram já estava mais bêbado que uma carroça...
- É, esse não é de dizer que não...
- Pois, contou-me ele que saiu para mudar a água às azeitonas, foi ali mesmo à beira daquele tanque que tu conheces...
- Estou a ver...
- Pois, ele ficou ali estacado em pé a ouvir a água a cair pensado que estava a mijar ! O pessoal foi-se embora e ele ficou lá... Estou-te a falar sério !!!...
- Foi esse que me contou que o André serralheiro aqui há dias quase não passava a ponte...
- E porquê?
- Vinha a ser perseguido...
- Essa ainda não tinha ouvido, quem é que vinha a persegui-lo???
- O gajo já vinha tocado, já era uma da manhã, ao chegar a meio da ponte resolve parar... o outro também pára !... Ele atravessa para o outro lado da ponte... o outro atravessa ! Ele dá dois passos ... o outro dá mais dois passos ! Pensa ele lá para os botões: Este gajo está-me a gozar. Decide atravessar novamente para o outro lado... o outro atravessa também !
- Ó pá ! Isso é de acagassar qualquer um...
- Pois é, o gajo ficou ali parado a tentar decidir o que fazer: Correr ou voltar atrás e pedir explicações. Não é que o gajo vira-se para trás para ir ao encontro do outro.... Era a sombra dele !!!!
- Ó pá ! Essa já parece a do Quimzinho da viúva... Diz-me ele que na véspera de Páscoa precisou de ir à mercearia. Contou-me ele que veio de lá de cima do cemitério até à Lurdes (dona da mercearia) a fazer cavalinho com a bicicleta.
- E qual o problema?...
- Tem calma... tu sabes, aquele trajecto tem quatro curvas e contra-curvas... diz ele que sacou cavalinho com a bicicleta e a roda da frente caiu fora !!!...
- E depois?
- Diz ele que veio até à Lurdes com a roda solta a rolar à frente dele....
- E o Quimzinho a fazer cavalinho...
- Isso !!! ... diz ele, quando chegou cá baixo, a roda sempre à frente dele... deixa cair a frente... e CLIC ! ... a bicicleta encaixa na roda !....