segunda-feira, 16 de maio de 2005

Saí daqui vacinado e apanhei a doença

Óh senhor engenheiro, eu saí daqui vacinado e apanhei a doença !
Então não é que eu ia desgraçando a minha vida à conta daquele pulha !
O senhor bem que me avisou. Eu quando contratei aquele vigarista para me construir a casa não fazia a ideia do que me esperava.
Bem que o senhor engenheiro me chamou à atenção que eram todos iguais. O senhor engenheiro vai-me desculpar, o senhor já conhecia aquele pelintra, não conhecia?!
Então não é que dei-lhe o dinheiro para as mãos e o gajo ainda se ponha a rir-se na minha cara dizendo que precisava de mais euros?!
Não tardou tinha as sub-empreitadas a reclamar que eu não pagava ao empreiteiro e que o empreiteiro não lhes pagava.
Pela minha saúde, senhor engenheiro, eu tive que pagar directamente a esses pobres coitados. Chamei aquele cabrão à obra e paguei ao picheleiro, ao electricista e ao estucador na frente dele e obriguei-o a assinar aqueles recebimentos.
O senhor engenheiro acredita que eu tive que pagar as louças da minha casa duas vezes? Entreguei-lhe o dinheiro das louças, e como nunca mais chegavam as louças à obra fui ao fornecedor reclamar, e não é que me dizem que o gajo não fez a encomenda e que para aquele vigarista só a pronto pagamento ! Lá tive que ser eu a encomendar e a pagar as louças !
Eu é que sou muito anjinho !
Eu a pensar que tinha um bom empreiteiro...
Como é que um vigarista destes ainda consegue trabalho?
Pois é, senhor engenheiro, o senhor tem razão, é com indivíduos como eu que essa escumalha vai roubando dinheiro ao pobre...