segunda-feira, 14 de março de 2005

Lágrimas de resina

Decorriam as férias de verão do último ano da primária. Tínhamos em casa a visita de familiares emigrantes além mar.
Os meus olhos de pré-adolescente adoravam aquela menina simpática, meiguinha, linda que falava inglês. Nos dias que saías sentia a tua falta nas nossas brincadeiras e nos passeios a pé na fazenda da Avó.
Como tudo na vida também chegou o fim das férias e regressaste à tua terra natal deixando para trás a alegria de conhecer-te e a mágoa de ver-te partir para tão longe.
Nos dias seguintes decidi imortalizar aquela paixão na árvore que pacientemente me permitia os mais acrobáticos saltos à Tarzan, esculpi as quatro letras envolvidas por um coração.
O tempo passou mas aquela gravação ficou ainda mais profunda na minha memória; perdi o número de vezes que fui fazer acrobacias para estar perto de ti.
A ameixoeira inconsolável não conseguia conter as lágrimas pela tua ausência - Vera.